Sinto muito




Eu devia ter esperado o encontro surpresa, mas ansiosa surpreendi o encontro que não era pra ser...


Me avisaram quando criança para não pôr a mão no fogão, ele estava quente, mas eu precisava sentir...

Me disseram que eu não deveria olhar diretamente para o sol, ele podia me cegar, mas eu queria muito vê-lo...

Me gritaram para parar de ouvir música no último volume, ela me ensurdeceria, mas eu queria dançar, cantar e não podia ouvir seus berros...

Me sopraram que alguns hálitos fedem, eles têm dentes podres, mas eu queria ouvir de perto suas histórias...

Me papearam sobre o ardor da pimenta, ela pode amortecer a língua e causar hemorróidas, mas eu precisava experimentar...

Me aconselharam a sempre ouvir os mais velhos, eles já passaram por muitas coisas, mas eu precisava viver a minha vida.

Tenho muito sãos meus olhos, ouvidos, nariz, boca e (...!)

Além do quê, aprendi a diferença entre
ser queimada pelo fogo ou pelo gelo,
ser aquecida de dentro pra fora ou de fora pra dentro...
o calor de lenha em chamas ou
o calor de pele, pêlos e palavras que chamam: "Vem!"

Ouço os mais velhos hoje mais do que ontem, mas como poderia ouvi-los sem afinar meus próprios sentidos? "Hein?"






Meia hora - Postagem Temática


Meio dia. E meio atrasada.

Meio dia e meia, atrasada.

Meio - dia e meio - atrasada!

Meio dia... e meio atrás da hora

Ora, atrás da meia, me ia a hora.

Meia hora atrasada!


Acabo de me inscrever neste
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Febre

Ardem os olhos, a boca, o peito e os ouvidos;

ar dêem os ventos que entram pelas frestas

para que os poros respirem debaixo das cobertas

e sequem os suores frios e outros suores fluídos.


Sou como uma lebre à febre com dentes de sabre;

deixo meus láparos aos ácaros do pano que cobre

os delírios às pontas dos dedos, vejo seu timbre

em cada verso descomposto por olhos lúgubres.


Uma pilha de livros, três canecas babadas, luz fraca.

Preciso lê-los, preciso lavá-las, acender-me.

Pilha de nervos, três neurônios gritando, dor que mata .

Preciso de calma, preciso pensar, abrirolhos... ver...me.

MAIO

Maio Meio Moiado

A chuva num pára di chuvê
i us sapinho a coachá.
Chá bem quente, cubertas, TV?
Guarda-chuva, capa di chuva, galocha!

Já tá quaisi nu meio di maio
amuado, moiado... lá vai-se us dia,
maiado, muambo vô eu pru trabaio,
mai nem saí da cama eu quiria.

uví us pingo du mêis
qui móia u teiado iu otôno
cos pé quentinho... acordo, era sonho!

Vistido, bebo u café cos óio di sono
i já conformado, abro a porta risonho
num tem jeito... me vô duma vêis!


Eu sei: NÃO TEM MÉTRICA!!!
Eu sei: NÃO É SONETO!!!
Eu não sei: ESCREVER!!!

EU SEI BRINCAR,

CONFUNDINDO CLIMA E TEMPO...



Verbalizando II

Aula de Elementos de Latim

A turma aprendia as declinações, e depois da quarta declinação três declinavam-se ao riso brincando com a própria língua - ela lá disse que foi é do verbo for - risadas no pequeno grupo, uma risada muito maior imperat - (segura, prende o ar, explode entre os lábios pressionados, respira, fundo, engole, quase chora, toma tempo...) Se foi é do verbo for... (mais tempo, não pode sem rir falar o que pensa)... hum, se foi é do verbo for, como fica o presente do indicativo desse verbo? (tempo) - o trio se olha, ela lá diz "eu fô?" e o terceiro já rindo miúdo, como é só dele fazer, saca a malandragem - Eu fóóóóra!!!

O latim tem muitos elementos, mas poucos tão divertidos e tão simples em causos, números circenses e generosidade!

De presente, um indicativo: Nem tudo é o que parece, primeiro traduza!

"Adeamus ad montes fodere putas cum porribus nostris"

Magnus, -a, -um est!!!





Verbalizando

Fui do verbo for.
Aqui se for, o caso, eu explico -
o ser e o ir eu prefiro agora e depois,
antes eu invento história
e até os infinitivos.
Sempre que assim for,
No infinity vivo.




ABRIL

Abril o livro...



Abrilindo

Abrindo

Ah, brando!

Abril lindo!

indo,

rindo,

ando.

Abril-se fechando...

Vindos