segunda-feira, 31 de maio de 2010

Febre

Ardem os olhos, a boca, o peito e os ouvidos;

ar dêem os ventos que entram pelas frestas

para que os poros respirem debaixo das cobertas

e sequem os suores frios e outros suores fluídos.


Sou como uma lebre à febre com dentes de sabre;

deixo meus láparos aos ácaros do pano que cobre

os delírios às pontas dos dedos, vejo seu timbre

em cada verso descomposto por olhos lúgubres.


Uma pilha de livros, três canecas babadas, luz fraca.

Preciso lê-los, preciso lavá-las, acender-me.

Pilha de nervos, três neurônios gritando, dor que mata .

Preciso de calma, preciso pensar, abrirolhos... ver...me.

Vindos